segunda-feira, 9 de março de 2009

São duas dúzias pra levar!

Duas dúzias de tudo.
De primaveras, de verões, de outonos e invernos.
Feéricos.
Feitos de muito onirismo.
Feitos de dilúvios de melancolia que me tingiram o branco que emoldura a íris.
Feitos de armaduras de responsabilidades e constrangimentos.
Feitos de evolações de passagem de horas despreocupadas na cadência de sorrisos.
Feitos de gargalhas encavalitadas em conversas absurdas, que se articulam com todo o sentido para os interlocutores.


Impreterivelmente, mais do que resoluções de ano novo (que nunca me pareceram pertinentes porque desde sempre que o meu ano se começa a esboçar com a queda das primeiras golden crispy leaves e os primeiros arrepios outonais e não em janeiro), quando se aproxima o simbólico dia da minha saída uterina, amortalho-me em ponderações.

E, de ano para ano, sinto-me simultaneamente mais consciente de mim e mais perdida na indefinição das muitas de mim que vou desenhando em traços desconexos. Rodopiando sem um novelo de lã a que me agarrar para conseguir voltar à definição da simplicidade.

Com um bolso cheio de perguntas e mão vazias de respostas.

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