quarta-feira, 28 de maio de 2008
Três meses espalhados como poalha de estrela, em fragmentos cadenciados...Cheguei a Tartu com o cinzento fuliginoso de um céu que não sabia sorrir e parto nos reflexos de bosques nas águas imperturbáveis dos lagos..
Parto na certeza de que voltarei porque Tartu, a Estónia, materializaram na inconsequência do inesperado fantasias infantis com bosques encantados e ruas de empedrado ocre e edifícios de conto de fadas.
Encontrei uma casca de noz onde me refugiar.
Encontrei uma língua doce, dramática, expressiva... hercúlea na tentativa de a pronunciar..segue um compasso próprio de pausas que se interseccionam com continuidades quase cantadas.
Levo excesso de bagagem..nas malas e no coração.
Coração: süda
Pesado pela distância daquelas ruas.
Do ar.
da luz.
Dos sons.
Do baby boom.
Corvos a passearem de mãos atrás das costas.
Grupos de adolescentes no sopé da montanha, na despreocupação da passagem das horas a que não se vislumbra fim.
Acordar às 5 e meia e pensar que o dia já vai alto porque o sol já varreu para fora do quarto as sombras...
Pôr a chaleira com polka dots ao lume.
Mãos cheias.
Coração a aprender a bater compassado de novo.
O tempo esfuma-se.
Transforma-se em fiapos.
Pintura branca que estala e madeiras que crepitam sob os pés.
Fracções de segundo que guardamos como tesouros.
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Um comentário:
de certeza que vão surgir aqui neste blog belas viagens! fico á espera!
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