10.º aniversário com 10 dias intensos de música. |
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O Festival Músicas do Mundo de Sines assinala dez anos em 2008 com o programa mais extenso da sua história. São quarenta espectáculos e iniciativas paralelas repartidos por quatro palcos montados na aldeia de Porto Covo (junto ao Porto de Pesca) e na cidade de Sines (Centro de Artes de Sines - CAS, Avenida Vasco da Gama e Castelo). Em relação a 2007, as principais novidades são o reforço do programa no Centro de Artes, passando a haver também concertos nocturnos na zona exterior, e a inclusão de um segundo concerto na madrugada de música junto à praia, na Avenida Vasco da Gama. O pai do rock chinês, Cui Jian, a diva da música indiana, Asha Bhosle, e o grupo seminal do movimento hip hop, The Last Poets, são três destaques do programa. O cartaz já está disponível no site http://www.fmm.com.pt e conta com sonoridades de qualidade nacionais como A naifa e Dead Combo. Apesar da afluência crescente tornar a comparência um pouco tenebrosa (overcrowded), continua a exercer um apelo quase irresístivel. Do ano passado guardo a memória de actuações como a de Trilok Gurtu e Oumou Sangare, a diva africana com uma voz poderosa e evocativa de toda uma imagética. Com Gogol Bordello foi encerrada a edição de 2007. Vale a pena (pelo menos) espreitar as sugestões do programa. |
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quarta-feira, 28 de maio de 2008
Três meses espalhados como poalha de estrela, em fragmentos cadenciados...Cheguei a Tartu com o cinzento fuliginoso de um céu que não sabia sorrir e parto nos reflexos de bosques nas águas imperturbáveis dos lagos..
Parto na certeza de que voltarei porque Tartu, a Estónia, materializaram na inconsequência do inesperado fantasias infantis com bosques encantados e ruas de empedrado ocre e edifícios de conto de fadas.
Encontrei uma casca de noz onde me refugiar.
Encontrei uma língua doce, dramática, expressiva... hercúlea na tentativa de a pronunciar..segue um compasso próprio de pausas que se interseccionam com continuidades quase cantadas.
Levo excesso de bagagem..nas malas e no coração.
Coração: süda
Pesado pela distância daquelas ruas.
Do ar.
da luz.
Dos sons.
Do baby boom.
Corvos a passearem de mãos atrás das costas.
Grupos de adolescentes no sopé da montanha, na despreocupação da passagem das horas a que não se vislumbra fim.
Acordar às 5 e meia e pensar que o dia já vai alto porque o sol já varreu para fora do quarto as sombras...
Pôr a chaleira com polka dots ao lume.
Mãos cheias.
Coração a aprender a bater compassado de novo.
O tempo esfuma-se.
Transforma-se em fiapos.
Pintura branca que estala e madeiras que crepitam sob os pés.
Fracções de segundo que guardamos como tesouros.
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